Pesquisa do PEV revela falta de Capacitação dos professores para abordar temas socioambientais

Em Pesquisa, do tipo Survey, realizada com dezoito professores em oito escolas da Educação Básica dos municípios de Petrolina-PE e Juazeiro-BA, durante o segundo semestre de 2016, foram identificados problemas como carência na capacitação para trabalhar o tema ambiental, falta de material didático apropriado e contextualizado, ausência de um Projeto permanente de Educação Ambiental nas escolas, além de laboratórios de informática desativados, dentre outros problemas.

Foram aplicados Questionários Semi-estruturados com professores de todas as áreas do conhecimento, em escolas públicas de nível médio e fundamental, sendo sete escolas de Petrolina (4 estaduais e 3 municipal) e uma escola estadual em Juazeiro. No período de Julho a Novembro de 2016.

A amostra é do tipo Não-probabilística e os nomes das escolas e professores foram mantidos em sigilo, em respeito aos princípios da ética em Pesquisa Científica.

ANÁLISE DOS DADOS

Um aspecto bastante interessante é a similitude entre os problemas enfrenados e relatados pelos professores pesquisados, nas escolas de ambos os municípios, tanto estaduais como municipais. Fato que pode indicar que estes problemas são comuns a outras instituições de ensino não pesquisadas da região.

PERFIL DOS PESQUISADOS

50% dos professores pesquisados têm entre 41 e 60 anos de idade. 78% são do sexo feminino. 56% têm pós-graduação completa ou em curso. 61% trabalham como professores há mais de 10 anos. 50% atuam na mesma escola há mais de 6 anos. 22% ministram disciplinas que têm pouca ou nenhuma relação com sua área de formação.

ABORDAGEM DO TEMA AMBIENTAL NAS DISCIPLINAS

Apenas 33% abordam o tema ambiental de forma integral em suas aulas, os demais 67% não abordam o tema (6%) ou fazem de forma parcial e em situações específicas (61%). Somente 6% utilizam a Internet para trabalhar o tema.

47% dos que abordam a temática ambiental o fazem de forma indireta. 50% não trabalham o tema em conjunto com outras disciplinas, ou fazem apenas em situações específicas como gincanas e eventos; implicando em poucas práticas pedagógicas interdisciplinares.

CAPACITAÇÃO DOS PROFESSORES

Alarmantes 72% dos pesquisados nunca realizaram qualquer capacitação para trabalhar o tema ambiental em sala de aula. 60% não realizaram qualquer tipo de capacitação entre 6 meses e 3 anos. Dos que realizaram capacitação para abordar o tema, 40% o fizeram há mais de 3 anos.

60% das capacitações foram promovidas pelas Universidades locais, seguido pelas Prefeituras (20%) e a própria escola (20%), por isso 40% dos entrevistados não se consideram capacitados para trabalhar a temática ou se sentem apenas parcialmente preparados.

Nas escolas estaduais de Petrolina, impressionantes 86% dos professores pesquisados nunca receberam qualquer capacitação para trabalhar o tema ambiental ao logo de sua formação, e dos 14% que tiveram esta capacitação foi a mais de 3 anos. Dai que 57% deles não se sentem capacitados para abordar o tema, ou se sentem capacitados apenas de forma parcial.

Nas escolas municipais de Petrolina a situação não é diferente, pois 63% dos entrevistados nunca realizaram qualquer capacitação para trabalhar o tema, e 33% dos que participaram de alguma capacitação o fizeram a mais de 3 anos.

DIFICULDADES DE DESENVOLVER O TEMA AMBIENTAL NA ESCOLA

Dentre os principais motivos para a pouca abordagem do tema ambiental nas escolas, destaque para a “Falta de recursos didáticos adequados” com 33%, seguido pela “Falta de capacitação” dos professores com 26% das respostas, e “Desinteresse dos alunos” com 19%.

39% dos professores informaram que as escolas não possuem condições ergonômicas e estruturais para desenvolver ações de educação ambiental adequadamente. E 67% dos professores informaram que a escola não possui nenhum projeto permanente de Educação Ambiental, ou desconhecem sua existência.

61% dos professores informaram que as escolas possuem laboratórios de informática, mas não estão sendo utilizados. Apesar disto, 56% dos entrevistados utilizam alguma tecnologia da informação em suas aulas, como filmes e computador.

Confira os gráficos a seguir: