O que podemos identificar, socialmente falando, é que nos últimos tempos o mundo vem passando por uma reformulação na concepção de vida. Valores naturais e ecológicos retornam com grande força. O uso de plantas para fins medicinais tem renovado e provocado interesse pelo conhecimento das suas características sejam elas morfológicas, de composições químicas, propriedades farmacológicas etc.
As primeiras descrições sobre plantas medicinais feitas pelo homem retornam as escrituras e ao Papiro de Ébers. Este papiro foi descoberto e publicado por Georg Ebers, sendo traduzido pela primeira vez, em 1890, por H. Joachin. Esse material foi encontrado nas proximidades da casa mortuária de Ramsés II, porém pertence à época da XVIII Dinastia, no Egito, e relata aproximadamente 100 doenças e um grande número de drogas da natureza animal, vegetal ou mineral.
Mas falando de evidências sobre o solo brasileiro, a primeira descrição sobre uso de plantas como remédio foi feita por Gabriel Soares de Souza, autor do Tratado Descritivo do Brasil, de 1587. Esse tratado descrevia os produtos medicinais utilizados pelos índios de “as arvores e ervas da virtude”. Com a vinda dos primeiros médicos portugueses ao Brasil, diante da escassez, na colônia de remédios empregados na Europa, perceberam a importância das plantas utilizadas pelos indígenas como medicamento.
Nesse sentido, o integrante do Programa Escola Verde (PEV) e discente de agronomia, Ernandes Santos realiza o cultivo de plantas medicinais em pequenos vasos em sua residência localizada em Juazeiro – BA. Todo o cuidado para com elas vem de família, e reflete diretamente na sua saúde e de seus familiares. Ernandes conta a importância de ter sempre em mão as plantas medicinais cultivadas sem aditivos químicos para qualquer eventualidade que venha acontecer em sua residência. Capim Santo, Babosa, Alecrim e Boldo são algumas das variedades cultivadas.
Vale ressaltar que se deve fazer uso destas plantas, assim como qualquer outro medicamento, com cautela. É de grande importância informar a população que o equilíbrio é o segredo. Em uma busca rápida pelos principais sites de pesquisa online é possível ver o crescimento no volume de artigos produzidos ao longo dos últimos anos tendo como tema o campo das plantas medicinais, tanto que sua utilização vem sendo incorporada em programas de saúde, como o SUS, através das práticas integrativas.
Por Douglas Alencar
Categoria: Plantas Medicinais
Fonte: “PLANTAS MEDICINAIS: CULTURA POPULAR VERSUS CIÊNCIA – Vivências: Revista Eletrônica de Extensão da URI ISSN 1809-1636”