O catador de material reciclável é um ator fundamental na gestão dos resíduos sólidos, seja na coleta seletiva, na cadeia de reciclagem ou, até mesmo, como educador ambiental.
Entretanto, não se pode perder de vista que a catação é uma atividade intrinsecamente perigosa e insalubre, pois trabalha diretamente com materiais que trazem riscos físicos e biológicos, tanto para a saúde ocupacional do trabalhador como para a saúde ambiental. E, embora se destaque por ser uma atividade intensa e exigente de muito esforço, os seus rendimentos financeiros são extremamente baixos.
A estabilidade e continuidade das políticas públicas de apoio e fomento à atividade dos catadores são imprescindíveis, uma vez que precisam de recursos financeiros para a compra de equipamentos, maquinários e caminhões, de um ambiente adequado para triagem e armazenamento do material recebido, contribuindo para aumentar a produtividade e melhorar as condições de trabalho e renda.
A estruturação das cooperativas com equipamentos, maquinários e espaços adequados à atividade do catador é necessária para a melhoria das condições de trabalho e vida, consequentemente, da saúde desse conjunto de trabalhadores.
São relatos frequentes problemas como acidentes, doenças, não uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), dor, condições insalubres de vida, de trabalho e ambientes de convivência precários.
Dessa forma, para uma visão abrangente da saúde do catador, as dimensões propostas precisam ser analisadas de maneira integrada.
Além disso, é relevante realizar campanhas educativas voltadas para população, a fim de que haja a separação correta dos resíduos e o desenvolvimento de EPI’s e maquinários específicos que atendam as especificidades da atividade realizada pelos catadores.
Por: João Antônio Ramos e Cláudio Coelho
Fonte: Ambiente & Sociedade (2018)