Escolas enfrentam desafios socioambientais: revela pesquisa do PEV

Vários problemas e desafios socioambientais e de educação ambiental, tais como a falta de arborização e de hortas, risco no consumo da água e carências da coleta seletiva, foram identificados em mais uma pesquisa do Programa Escola Verde, em 18 escolas públicas dos municípios de Petrolina-PE e Juazeiro-BA.
 
A pesquisa foi realizada no período de Agosto a Dezembro de 2016, em 18 escolas públicas da Educação Básicas, sendo dez escolas de Petrolina e oito escolas de Juazeiro. A coleta de dados se deu através de Formulários Semi-estruturados, aplicados pelos pesquisadores do PEV com a colaboração dos gestores.
 
A amostra é do tipo não-probabilística e os dados foram arredondados para mais quando a diferença foi superior a 5%; e para menos quando o valor era igual ou inferior a este valor. Em decorrência dos valores serem bastante próximos; durante a tabulação dos dados não houve diferenciação entre as escolas públicas municipais, estaduais e por município.
 
Em respeito aos aspectos éticos da pesquisa científica, os nomes das escolas e gestores foram preservados e mantidos em sigilo.
 
ANÁLISE DOS DADOS
 
Praticamente todos as escolas pesquisadas possuíam carência de áreas verdes em suas dependência, e duas destas escolas (cerca de 10%) não possuía área verde alguma, apenas cimento, terra, cerâmica, quando muito possuíam vasos ou um pequeno jardim. 90% das escolas visitadas tinham menos de 40% de sua área interna arborizada.
 
Por isso, cerca de 90% das escolas visitadas necessitavam de ações de arborização e as demais precisavam parcialmente destas atividades.
 
Outro desafio das escolas é o desenvolvimento e manutenção de hortas, o que foi refletido pela pesquisa que detectou que 70% das instituições de ensino visitadas não possuíam este importante equipamento de educação socioambiental, o qual tem ainda o potencial de fornecer alimentos saudável para as escolas.
 
30% das escolas pesquisadas possuíam problemas com água potável, como vazamentos e falta ocasional do líquido. Também foi identificado problemas no consumo da água, pois 40% consomem a água de forma in natura, diretamente das torneira e as vezes de bebedouros refrigerados.
 
Também foi observado que 90% das escolas não tinham constituído suas Comissão de Meio Ambiente e Qualidade de Vida (COM-VIDA), instrumento previsto pela legislação do Ministério da Educação e que toda escola deveria possuir, formado por professores, alunos, funcionários e membros da comunidade local.
 
A ausência, parcial ou total, da Coleta Seletiva dos resíduos sólidos foi constatada em 80% das escolas pesquisadas. Apenas 20% praticavam a Coleta Seletiva, todavia a destinação final não era seletiva, sendo todo material coletado misturado novamente no caminhão de lixo.
 
Os gestores também informaram que cerca de 50% das escolas visitadas enfrentam algum tipo de problema de saúde pública, como surtos de piolhos, insetos, esgotos a céu aberto em áreas próximo da escola, dentre outros problemas.
 
Foram ainda identificados problemas nas instalações elétricas, hidráulicas, pinturas, edificações e de ventilação.
 
Todos estes problemas apenas ratificam as demais pesquisas realizadas pelo PEV quase todos os semestres, indicando que são problemas crônicos que exigem um esforço conjunto do poder público, estudantes, professores, gestores e da sociedade em geral.
 
Confira alguns gráficos: