EDUCAÇÃO AMBIENTAL AINDA É UM DESAFIO: REVELA PESQUISA EM PETROLINA (PE)

Durante os meses de Janeiro a Julho de 2019, o Programa Escola Verde realizou pesquisas do tipo Survey, com aplicação de Questionários, junto a 56 professores de 21 Escolas da Educação Básica do município de Petrolina (PE). Sendo 13 docentes de escolas estaduais e 43 de instituições municipais de ensino.

A pesquisa qualitativa foi realizada com professores de diferentes áreas do conhecimento e disciplinas. O único critério de exclusão da amostra foram os professores que já responderam anteriormente este questionário. A amostra foi do tipo não-probabilística.

Os participantes foram avisados previamente dos objetivos e metodologia do estudo, e convidados a participarem voluntariamente da entrevista por meio do preenchimento do Questionário Semi-estruturado.

A fim de garantir os princípio da ética em pesquisa, os nomes dos entrevistados e das escolas foram mantidos em sigilo e anonimato.

ANÁLISE DOS DADOS DAS ESCOLAS MUNICIPAIS 

Os dados da pesquisa revelaram que 65% dos professores informaram não ter participado de nenhuma capacitação em educação ambiental, mesmo assim 48% dos profissionais disseram ser aptos para abordar o assunto.

Essa falta de capacitação pode ser um dos fatores para o aumento da dificuldade em inserir o tema nas escolas. Basta ver que o ambiental é trabalhado nas disciplinas de apenas 13 profissionais (31%) afirmaram trabalhar de forma integral; outros 31% disseram abordar só em situações específicas e 35% declararam que fazem apenas de forma parcial.

A Política Nacional de Educação Ambiental está em vigor desde 1999 e mesmo assim o desenvolvimento do tema ainda sofre com muitos problemas, principalmente por falta do treinamento dos profissionais da educação. Os dados mostram que 33% dos pesquisados afirmaram que a dificuldade de inserir o tema é por causa da falta de preparação, 32% disseram ser pela carência de recursos didáticos e 18% afirmaram que o motivo é a ausência de interesse do discente.

Esta situação das escolas pode ser motivada, de várias formas, pela falta de projetos permanentes nas escolas. Dentre os pesquisados apenas 35% afirmaram haver projeto permanente inserido na Escola, 41% disseram não haver projetos de Educação Ambiental permanente na escola, e 24% falaram não saber se existia..

A estrutura das escolas também é um dos fatores que contribuem para potencializar estas dificuldades. Ao serem questionados se a escola possui uma sala de informática para aulas didáticas com os alunos, 50% disseram haver, mas estava desativada, 25% afirmou não existir e somente 25% profissionais falam que as escolas possuem sala de informática em funcionamento.

A respeito do uso das Tecnologias de informação e Comunicação (TICs) nas suas aulas, os dados são mais alarmantes, já que 31% dos profissionais entrevistados afirmaram não fazer uso de nenhuma tecnologia, o que pode causar apatia e falta de interesse discente. Também 4% informaram que fazem uso de computadores e 43% dizem citaram outras tecnologias, como datashow e projetor de imagem.

Apesar destas dificuldades, 36% dos professores disseram que as instituições possuem condições físicas para ações de educação ambiental. Mais da metade dos entrevistados afirmam já terem participado de eventos com a temática ambiental.

ANÁLISE DOS DADOS DAS ESCOLAS ESTADUAIS

Nas escolas estaduais de Petrolina (PE) os problemas parecem ser ainda mais graves, já que nenhuma disciplina a temática ambiental é trabalhada de forma integral, 35% falam que o tema é debatido de forma parcial e 64% só em situações específicas.

40% do pesquisados admitem que a maior dificuldade em inserir o tema educação ambiental é a falta de treinamento profissional, 30% acham que é a ausência de recursos e 15% afirmam que é o fato do tema está fora do projeto pedagógico da escola. Embora tenha sido citado por apenas 15%, tudo indica que uma das principais barreiras para a efetividade da Educação Ambiental com a escola é a ausência de institucionalização do tema, nos Projeto Político Pedagógico, Currículo, Planejamentos e Regimentos das Escolas.

A pesquisa mostrou ainda que 54% dos profissionais afirmaram que as escolas possuem condições físicas para promoverem ações de educação ambiental. Apesar disso, 64% dos profissionais informaram não existir projeto de educação ambiental permanente, enquanto 28% afirmaram não saber se existe, ou não. 

42% declararam que abordam o tema ambiental de forma indireta, através de informações esporádicas. 42%  faz esta abordagem de forma indireta, através de conversas, e somente 17% promove abordagens diretas da temática.

Em termo de TICs usadas pela escola, os dados mostram que 20% declararam não fazerem uso de nenhum meio tecnológico, enquanto 80% dizem fazer uso de outros meios que como computadores, rádio ou televisão.

Questionados sobre a existência de Laboratórios de Informática na escola e seu uso, os dados não são nada animadores já 57% dos professores dizem possuir, mas estão desativados; ao passo que 43% informaram não possuir estes equipamentos. Ou seja, em nenhuma escola dos professores pesquisados existia sala de informática em funcionamento.

77% dos profissionais afirmaram não ter participado de nenhuma capacitação em Educação Ambiental. Apenas 1 Professor relatou se sentir capacitado para falar sobre educação ambiental. Somente um professor declarou que realizou capacitação na temática, nesse primeiro semestre de 2019.

Por Paloma Cristina 

Categoria: Pesquisa.