A preocupação do Programa Escola Verde (PEV) vai além de simplesmente realizar atividades temáticas sobre o meio ambiente, promovendo também Pesquisas para conhecer esta realidade que se pretende transformar. Neste sentido, no primeiro semestre de 2019, os integrantes do PEV aplicaram questionários junto a 39 professores da Educação Básica do município baiano de Juazeiro, no norte do estado.
Trata-se de uma pesquisa qualitativa, do tipo Survey, realizada com professores em atividade, de diferentes disciplinas e áreas do conhecimento, em escolas municipais e estaduais.
Os professores que participaram foram convidados a participarem voluntariamente da investigação. Foram informados dos objetivos e da metodologia da pesquisa, e foi garantido o sigilo e anonimato dos seus nomes e das escolas, em respeito aos princípios da ética em pesquisa científica. Foram excluídos da amostra professores que já responderam este mesmo questionário. A amostra é do tipo não-probabilística.
ESCOLAS MUNICIPAIS
Dentre os professores que responderam ao questionário, 30 eram da rede municipal de ensino, sendo mais de 90% do sexo feminino.
Apesar da necessidade de capacitações constantes nos aspectos ambientais e técnico-pedagógicas para o desenvolvimento da Educação Ambiental, 74% dos professores pesquisados informaram que não participaram de capacitações nesta área. Possivelmente, por isso, apenas 34% declararam se sentirem capacitados para desenvolver a temática em sala de aula.
Quando questionados sobre a associação da educação ambiental com as outras disciplinas, 63% dos professores afirmou trabalhar os assuntos de forma interdisciplinar. Embora somente 27% dos entrevistados relatarem que desenvolvem o tema de forma integral e continuada.
Ao analisar os gráficos foi possível verificar que muitos têm dificuldades em dar continuidade nas abordagens da educação ambiental, já 50% dos professores disse que tratam sobre o tema parcialmente e 20% afirmou que essa pauta é trabalhada apenas em situações específicas.
Uma informação satisfatória foi o fato de 70% dos professores afirmarem haver salas de informática ativas em suas instituições de ensino. Os outros 30% declararam ausência ou inatividade destes equipamentos em suas escolas.
Outro tópico do questionário trata sobre as dificuldades dos professores em relação a aplicabilidade de atividades de educação ambiental, no qual eles relataram que seus maiores obstáculos são a falta de recursos (57%) e a falta de capacitação (47%).
Quando questionados sobre os temas ambientais de interesse para capacitação em saúde ambiental, 50% gostariam de aprender sobre ambiente saudável, 37% sobre alimentação saudável e 27% escolheram treinamentos sobre saneamento básico.
Além de todas as dificuldades apontadas, 67% dos pesquisados informaram que suas escolas não possuíam nenhum programa permanente que trabalhe com a educação ambiental, enquanto apenas 28% relatou que a escola possui espaço físico adequado para o desenvolvimento de atividades sobre o tema.
Mais de 50% dos professores afirmou já ter participado de eventos que discutiam a educação ambiental.
ESCOLAS ESTADUAIS
Já nas escolas estaduais, o número de professores que participaram do questionário foi 9, contabilizando 7 homens e 2 mulheres.
Apenas 23% dos professores pesquisados disseram que a instituição possui um programa permanente de Educação Ambiental na escola, apesar de 67% terem dito que a instituição possui espaço físico adequado para o desenvolvimento de atividades.
Destes 50% afirmaram abordar a educação ambiental de maneira direta (aulas específicas e projetos) e os outros 50% de maneira indireta (conversas e informações). 55% relataram utilizar livros específicos ou jornais e revistas para tal atividade, enquanto apenas 23% disseram fazer isso com o uso da Internet, dado alarmante que, somado ao fato de que apenas 1 professor (12%) relatou que em sua escola havia uma sala de informática ativa.
Somente 22% relataram associar sua disciplina com outras para tratar sobre o meio ambiente.
Quando questionados sobre capacitação, apenas 33% disseram que já haviam participado e somente 23% sentem-se capacitados para desenvolver o tema. Dos que fizeram capacitação, 67% foi a prefeitura que possibilitou. Caso pudessem passar por uma capacitação, 55% gostaria de aprender sobre agrotóxicos e 45% sobre saneamento básico.
33% dos professores relatou a falta de recursos didáticos como a maior dificuldade para as atividades de Educação Ambiental, ao passo que 28% citou a falta de capacitação como maior entrave.
Por Juliana Almeida
Categoria: Pesquisa